terça-feira, 14 de janeiro de 2020

LIMA BARRETO

Era filho de tipografo nascido escravo e de uma filha de escrava agregada.
A mae, educada com esmero, foi professora.

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 1881 no Rio de Janeiro. Órfão de Mãe, tem trajetória brilhante na escola. Adulto, foi  jornalista e trabalhou no Ministério da Guerra. É internado num hospício.

Faleceu em 1922.

Além de cinco romances publicados, publicou também sátiras, contos, artigos e crônicas.

Foi crítico da Republica Velha revelando os privilégios da família aristocrática e dos militares.

Sua obra  Triste fim de Policarpo Quaresma  tem as características:

Símbolo de rebeldia;

Linguagem coloquial;

Denunciava o sofrimento dos mais pobres;

Optava pela cultura dos indígenas, pelo violão, em detrimento da norma culta.

O livro espelha o conservadorismo social de então e a trajetória de um sonhador que tenta reformá-lo.

As situações que Lima Barreto tentava consertar com a sua ironia e seu protesto literário ainda estão presentes no Brasil.


O LIVRO É DIVIDIDO EM TRES PARTES

1) Descreve a rotina do Major Policarpo Quaresma, que não era major, mas apenas um apelido.
Policarpo era um homem respeitado pela vizinhanca, mas o achavam estranho por causa do seu amor pelos livros e pelo patriotismo exaltado. Alem de aprender violão, também se dedicava aos estudos tupi-guarani.
Policarpo buscava coisas verdadeiramente brasileiras, desde comida, até a vestimenta. O auge de seu amor pela pátria foi quando fez um ofício para o ministro, escrito em tupi, defendendo que a língua oficial deveria ser o tupi. Como consequência, foi internado por seis meses em um hospício.

2) Seguindo o conselho de sua afilhada Olga, Policarpo compra um sítio e se muda para lá com sua irmã. Chama o sitio de O sossego. Passa a estudar botânica e aproveitar ao máximo a terra brasileira, que segundo ele, era a melhor. Até que um dia o tenente Antonio Dutra, escrivão, foi até a casa de Policarpo lhe pedir ajuda para a Festa da Conceicao. O major, contrário à política e das suas trocas de favores, nega ajuda. A partir de então os políticos da área começam a fazer de tudo para prejudicar o sitio. Começam a cobrar taxas e impostos que não eram cobrados anteriormente.

3) Policarpo volta para a cidade assim que sabe que esta ocorrendo uma revolta. O major faz um memorial acerca de suas experiencias com a agricultura e entrega ao Marechal Floriano que o convida para ingressar na revolta. Policarpo aceita e é listado como Major.
Com a revolta, o cotidiano do Rio muda e a guerra acaba fazendo parte do cotidiano dos brasileiros. Ricardo, amigo de Policarpo, por ser considerado um patriota rebelde, é convocado para fazer parte como voluntário. Preocupado, Ricardo pede ajuda ao Major, que não pode fazer nada.
No decorrer da guerra, Policarpo dá ordens, vai para troca de tiros e mata um homem. Muito arrependido escreve a sua irmã com sentimento de perdao e culpa.
A revolta tem seu fim e Policarpo é levado para uma prisão sem motivo . Quaresma se questiona por que ele, sendo tao patriota e apaixonado pelo país, tem aquele fim.