Período da segunda metade do século XVI ao início do século XVIII
Maneirismo (1530-1640) - alargamento e distorção das formas renascentistas;
Barroco (1570-1680)
- expressão depurada e estilo sóbrio; barroquismo (1600-1720) - rebuscado
e excessivo. Corresponde a todas as manifestações artísticas estendendo-se à
música, pintura, escultura e arquitetura.
Recebe denominações locais: marinismo (Itália), eufuísmo (Inglaterra), preciosismo (França), cultismo ou conceptismo (Portugal
e Espanha).
Características principais
Oposição ao racionalismo renascentista ao voltar às questões
espirituais(crise de valores)
retorno à tradição cristã;
dualismo e tensão interna;
Sentimento de transitoriedade;
pessimismo e gosto pelo macabro;
estilo com abundância de ornamento;
Abuso das figuras de linguagem;
estilo rebuscado repleto de metáforas e antíteses.
Representantes
Itália - Michelangelo, Torquato Tasso, Giovanni Marino;
Espanha - Miguel de Cervantes, Francisco Quevedo, Garcilasso de La
Vega, Lope de Vega Luís de Gôngora, Tirso de Molina, Ruiz de Alarcón, Calderón
de La Barca.
França - Michel de Montaigne, Honoré dúrfé, Agrippa d´Aubigné,
Pierre Caneille, Blaise Pascal, Jean Racine, Jean Bossuet, François
Fénelon, Pierre de Marivaux.
Inglaterra - John Lily, Charles
Lily, Christopher Marlowe, William Shakespeare, Ben Jonson.
Alemanha - Martin Oputz, Andreas
Gryphius, Angelus Silesius, Hans Grimmelshavsen.
Brasil - Padre Antonio Vieira (sermões), Frei Vicente do Salvador (Crônicas),
Simão de Vasconcelos, Ambrósio Fernandes Brandão, Gregório de Matos, Manoel
Botelho de Oliveira, Frei Manuel de Santa Maria Itaparica.
Religiosidade atormentada se manifesta na poesia mística de São
João da Cruz, Santa Tereza de Ávila ou do inglês John Donne, tingida de
erotismo.
Na oratória Pe. Antonio Vieira;
Paraíso perdido de John Milton (1608-1674)
No profano, Jerusalém libertada de Torquato Tasso
Orlando
Furioso de Lodovico Ariosto (épico)
Prosa Barroca
As tortuosas histórias de amor de Honoré d´Urfé e Mlle de Scudéry
(Clélia) retomam e atualizam os estilizados códigos sentimentais da literatura
cortesã.
Miguel de Cervantes faz uma sátira das novelas de cavalaria
em Dom Quixote. O personagem dividido entre a ilusão e a realidade
é o símbolo da face idealista e aventureira do espírito humano complementado
pelo seu criado Sancho Pança, arquétipo do lado realista e do bom senso.
Os ensaios de Montaigne, abordando as mais diversas áreas do
conhecimento e do comportamento formulam uma visão estóica da condição humana.
Os italianos Giovanni Caravaggio, Graim Battista Basile e o
português Gonçalo *Fernandes Trancoso publicam coletâneas infanto-juvenis na
década de 1630.
Charles Perrault adapta contos Indo-europeus estabelecendo o modelo
de contos de fadas.
Gonçalo Fernandes Trancoso (c.1520 - local desconhecido, 1596) um dos primeiros contistas portugueses. Pouco se sabe sobre a sua vida para além de que viveu em Lisboa e perdeu a família,Contos e Histórias dois filhos e um neto, na peste que assolou Lisboa em 1569. Foi o autor dos de Proveito e Exemplo (1575). A sua obra teve grande sucesso na época e foi reimpressa várias vezes até ao século XVIII.
Barroco do século XVIII
Ideologia da Contra Reforma;
Estilo cultista - apelos visuais e auditivos;
Oratória sacra com Jacques Bossuet;
Cultismo de Gôngora e Conceptismo de Quevedo
História
Com a decadência do comércio das especiarias, observa-se o
declínio da economia portuguesa;
Unificação da Península Ibérica (Espanha e Portugal) com o
desaparecimento de D. Sebastião na África;
Unificação favoreceu a luta levada pela Cia de Jesus em nome da
Contra-Reforma.
Ensino - monopólio dos jesuitas.
Censura eclesiástica - obstáculo ao avanço científico cultural
enquanto a Europa efervescia com as pesquisas de Bacon, Galileu, Kepler e
Newton.
Barroco no Brasil
Em 1550 a influência da poesia barroca cresce no Brasil
aumentando com o domínio espanhol.
No século XVII presença de comerciantes, invasão holandesa, apogeu
e decadência da Cana de Açúcar.
Características
Antropocentrismo x teocentrismo (religiosidade medieval e
paganismo renascentista)
Cultismo
Conceptismo
Padre Antonio Vieira
Gregório de Matos (Boca do Inferno) - firma-se como o primeiro
poeta brasileiro satirico; também contribuiu com poesia religiosa e cultivou a
lírica.