CARNAVAL
É comemorado em
desfiles de escolas de samba, trios elétricos, bailes e blocos de ruas.
Como parte viva da
cultura é formado por diferentes influências, povos e vozes que remontam a
construção da nação brasileira de sua identidade e iconografia.
Rituais agrários dos
povos primitivos que festejavam e
agradeciam a chegada da primavera e das colheitas.
IDADE
ANTIGA
Grecia Antiga - evento ligado a Dionísio, culto ao deus do
entusiasmo e do vinho.
Por meio de animadas
procissões em que grupos de mascarados dançavam, cantavam e bebiam.
Promoviam-se também
concursos de tragédias e comédias.
Na Roma Antiga – culto ao Baco (deus do vinho)
- mulheres corriam seminuas pelas ruas
cobertas com peles de animais.
Nessas festas pagãs
invertiam-se os papéis sociais .
ERA
CRISTÃ
A Igreja incorporou o
festejo ao seu calendário sendo o período que antecede a Quaresma e Terça-Feira
Gorda, último dia em que era permitido comer carne antes do jejum.
FANTASIAS
Sempre marcaram
presença nessa forma de festejar. Varias fantasias tradicionais do carnaval
provém de histórias míticas ou personagens da cultura, além das que representa
profiss~oes, tipos sociais e nacionalidades.
As fantasias fizeram
parte do festejo desde a origem. Mas foi o papa Paulo II, no séc. XV que introduziu o Baile de Máscaras.
Era comum na nobreza
européia, como símbolos de sedução e riqueza.
SÉCULO
XI
Festejos realizados
três dias antes da Quarta- Feira de Cinzas, primeiro dia da quaresma (quarenta
dias de jejum)
IDADE
MÉDIA
Oposição
Ritos e cultos cômicos
– bufões, anões, gigantes, tolos e palhaços.
Tom sério e religioso
A junção dessas
manifestações contribuiu como sendo parte da cultura cômica popular e elemento
da cultura carnavalesca.
As manifestações
dessa cultura divide-se em três
categorias:
1)
Formas dos ritos e espetáculos (festejos
carnavalescos)- obras cômicas para ser representadas em praças públicas. Esses
ritos levavam multidões para as praças nas quais eram celebradas as festas dos
tolos.
2)
Obras cômicas verbais – orais ou
escritas em latim vulgar.
3)
Formas e gêneros do vocabulário familiar
e grosseiro (insultos, juramentos)
No Carnaval atores e espectadores se misturavam de
modo que os espectadores não só assistiam o Carnaval, mas o viviam.
RENASCIMENTO
Apogeu da vida carnavalesca
LITERATURA
Fim da Antiguidade Clássica – várias se
desenvolveram. Mimos de Sófro (https://es.wikipedia.org/wiki/Sofr%C3%B3n)
Primeira
memorialística
Poesia bucólica, panfletos, sátira e Meniféia
Literatura
Carnavalizada
Influência das diferentes modalidades do folclore
carnavalesco
Peculiaridades
1)
Tratamento dado à realidade
2)
Experiência, fantasia livre (vida de
lendas)
3)
Pluralidade de estilos e variedade de
todos os gêneros
Renúncia à unidade estilística da
epopéia, da tragédia, da retórica elevada e da lírica.
Fusão do sublime e do vulgar, do sério e
do cômico (gênero intercalado)
Fusão da prosa e do verso
Dialetos e jargões
O carnaval é uma forma sincrética de
espetáculo, falta de hierarquia, excentricidade, sagrado e profano.
Profanação – sacrilégios, indecências,
paródias de textos sagrados
Com o passar do tempo essas categorias
foram transpostas para a literatura.
Caráter livre, liberto de memorialismos,
método de revelação da verdade.
Diálogo
socrático difundido por Platão, Xenofonte -Recordações de palestras. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Xenofonte).
CARNAVAL
NO BRASIL
Foi trazido pelos
portugueses na forma de entrudo (o contrário dos bailes mascarados chiques)
Participavam escravos e
brancos. As pessoas jogavam água suja umas nas outras .
Por pressão da Igreja
Católica, a água suja foi substituída pelo limão de cheiro (esfera de cera com
água perfumada, pétalas de flores e farinha).
Bailes de Máscaras
foram introduzidos por influência européia no século XIX.
A elite encontrava no
conforto dos salões a beleza e a sedução da festa de carnaval.
Outras
Manifestações
Cordões e Ranchos – de
caráter mais popular, deram origem aos blocos de rua e escolas de samba.
Fantasias
Máscara sempre esteve
presente nos bailes, desfiles e blocos de rua. Além de ocultar a identidade do
folião permitia adotar um personagem. Pode dar medo ou fazer sorrir, triste ou
feliz, novo ou velha. Personagem da história, animal, super-herói, outro sexo.
O
Rei Momo
Inspirado em um deus da
Antiguidade Clássica expulso do Olimpo por debochar de outros deuses.
É representado pelo uso
da coroa e pela presença da chave da cidade. Ele é o rei nesse tempo de
liberdade e diversão.
Arlequim
Colombina e Pierrô
Vindos da Comédia
Dell’Arte (estilo popular da Itália no século XV)
Inspirado nas
brincadeiras de carnaval, que satiriza a ordem estabelecida por meio de um
enredo predefinido sempre com os mesmos personagens que improvisam a partir das
situações.
Pierrô
–
não usa máscara. Tem a cara pintada de branco e uma lágrima desenhada em sua
face, usa trajes brancos e largos.
É tido como palhaço
ingênuo e triste, alvo de piadas, apaixonado pela Colombina.
Arlequim
– é malandro, sedutor, brincalhão, amoral, o tipo bobo da corte. Seu traje tem
losangos coloridos, disfarça entre a multidão a procura de sua colombina. Usa
uma máscara curta (ou meia máscara) com uma verruga na testa.
Colombina
–
é uma cerviçal, veste uma roupa que pode se assemelhar à do Arlequim, com
losangos, canta e dança para atrair a atenção dos enamorados.
Ala
das Baianas das escolas de samba faz menção as tias
baianas que recebiam os grupos de samba em suas casas quando estes eram
marginalizados.
Pertencentes ao
Candomblé essas senhoras eram mãe de santo, por vezes quituteiras, hoje
representadas pelas saias brancas rodadas com panos da costa, representa a
africana.
Mestre
Sala e Porta Bandeira
Suas fantasias são
inspiradas nos trajes da nobreza do século XVII
Eram figuras dos
ranchos – agremiações que desfilavam nas ruas durante o carnaval e eram
encarregadas de proteger as bandeiras que eram roubadas e exibir o estandarte
do grupo.
FREVO
Da corruptela do verbo
ferver. Frevo designava a multidão “frevendo.” Dizia-se Oia o frevo quando se
avistava algum bloco conduzindo foliões.
A palavra foi
encontrada pela primeira vez na imprensa pernambucana em 9/02/1907.
Gênero Musical
Brasileiro. A musica passou a ser chamada de frevo em fins dos anos 20.
É reconhecido como
patrimônio imaterial da humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas
para a educação, a ciência e a cultura)
Nasceu no Recife, no
fim do século XIX (mistura de dobrados, maxixe e polca)
É a única música
popular urbana do Brasil que não surgiu de manifestações folclóricas ou é
derivação de algum ritmo africano.
Não há frevos de
domínio público.
Saiu das camadas
humildes da população recifense, mas mesmo no início o compositor de frevo tinha de saber ler
música.
O frevo de rua (versão
instrumental) tem de entender de rudimentos de composição, arranjo,
orquestração.
Exceção
O olindense Lídio
Francisco da Silva (1892-1961) foi um dos grandes autores de frevo mesmo sem
saber ler. Três da tarde – clássico
do Diário de Pernambuco. Inspirado no
carrilhão do prédio em que funcionava o Diário de Pernambuco no centro do
Recife.
O maestro Lafayette
Lopes passou a obra para a partitura. O arranjo foi feito pelo maestro da banda
do 14º Regimento da Infantaria do Exército.
Primeira gravação da
orquestra Tabajara do maestro Severino Araújo (pernambucano de Limoeiro do
Norte). Ele comparava sua música a uma carta. A carta foi escrita por outro,
mas o conteúdo é de quem mandou escrever.
Nas últimas décadas do
século XIX era comum o desfile de bandas marciais pelas ruas do Recife tanto à
frente grupos de capoeiras que exercitava suas coreografias adaptando-se à
música.
Principais bandas nas
últimas décadas do século XIX eram chamadas de O Quarto (4º batalhão de
Artilharia)
Banda do Corpo da
Guarda Nacional
Espanha – Maestro Pedro
Francisco Garrido
Capoeiras – seguiam a
banda predileta.
Os músicos marciais
animavam o carnaval e os capoeiras aprontavam diante das orquestras durante as
animadas folias nas ruas.
Teorias sustentam que
os capoeiras influenciaram os dobrados, as polcas e o maxixe para que fossem
mudando de andamento, misturando-se e formando um novo gênero – o frevo.
As manobras realizadas
por eles deram origem aos passos com que se dança o frevo.
Passista com sombrinha
colorida é o símbolo que identifica o frevo. Antes era o Guarda-Sol usado pelos
passistas para se proteger de confusões.
Primeiro frevo gravado:
Borboleta
não é ave (1922) de Nelson Ferrreira e J. Diniz
Fim
dos anos 70
Rio de Janeiro e Recife
eram as únicas cidades do Brasil a possuir uma música exclusiva para o carnaval.
Rio de Janeiro – Samba
e marchinhas
Recife – frevo,
maracatu, caboclinho, Bumba meu Boi.
O frevo predominou
entre as demais, embora o maracatu ainda seja forte.
Frevo de rua –
(Instrumental)
Frevo Canção – Cantado
com letra
Frevo de bloco – também
com letra, porém com andamento mais cadenciado, lembrando a marcha-rancho
carioca.
Gravaram sucessos do
carnaval pernambucano
Francisco Alves, Carlos
Galhardo, Orlando Silva, Mário Reis, Linda Batista.
1957 – a música mais
tocada no carnaval foi Evocação
frevo de bloco de Nelson Ferreira.
Bahia – surgiu versão
eletrificada até surgir o axé-music.
O ritmo já foi levado à
China.