(20/08/1889 [Goiás] - 1/04/1985)
Pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas
Considerada uma das mais importantes da poesia brasileira, seu primeiro livro foi publicado aos 76 anos: Poema dos becos de Goiás e estórias mais
Seus primeiros escritos são de sua adolescência ( Aos 16 anos uma crônica foi publicada pelo Jornal Tribuna Espírita no Rio de Janeiro)
Cora Coralina tornou-se conhecida do grande público quando Carlos Drummond de Andrade publicou em 1980 uma crônica dizendo que sua poesia era importante. "Os versos de Cora Coralina nos remetem a um Brasil vário"
A casa onde Cora Coralina viveu seus últimos anos foi transformada em 1985 no Museu Cora Coralina, reconhecido em 2001 Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO
Fonte: Roteiros Literários
Fonte: wikipédia
Museu Cora Coralina
Cartas de Drummond para Cora Coralina
Entre os itens expostos estão as cartas trocadas com Carlos Drummond de Andrade
Eca de Queiroz e João Guimarães Rosa foram influenciadores de sua obra poética
Gostava de ler dicionários e organizava lista de palavras ( apelidos, nomes de lugares, palavras e significados)
"O grande livro que sempre me valeu e que aconselho aos jovens, um dicionário. Ele é pai, é tio, é avô, é amigo e é um mestre. Ensina, ajuda, corrige, melhora, protege." (Vintém de Cobre)
Se dizia mais doceira que autora.
Saudada por grandes nomes da literatura e ganhadora de prêmios e medalhas sua poesia questiona paradigmas socioculturais nas relações hierárquicas
presença da memória como instrumento que reflete a experiência de indivíduos colocando em circulação memórias coletivas no leitor
Modo de vida solidário do interior contrastando com a sociedade capitalista em que o individualismo é o que se prepondera
questionamento das reclusões e submissão das mulheres
Em Vintém de Cobre denuncia a tirania vivida pela crianças do passado.
Eu sou aquela mulher
a quem o tempo
(...)
Ensinou a amar a vida.
Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos.
Ser otimista.
(Vintém de Cobre)
Sozinha...
Na estrada deserta,
sempre a procurar
o perdido tempo
que ficou pra trás.
Esse trecho me fez lembrar o início de O Caminho de Swann de Proust " ao voltar para casa, vendo minha mãe que eu tinha frio, ofereceu-me chá, (...) Ela mandou buscar um desses bolinhos pequenos e cheios chamados madalenas e que parecem moldados(...) levei aos lábios uma colherada de chá onde deixara amolecer um pedaço de madalena.Mas no mesmo instante em que aquele gole, de envolta com as migalhas do bolo, tocou o meu paladar, estremeci, (...) Invadira-me um prazer delicioso."
Desde então quando comemos alguma coisa e pensamos nas refeições de nossa infância diz-se que aquela coisa degustada é uma madeleine de Proust.
Era um fogão enorme, bem no centro da cozinha com uma chaminé no meio. Tinha então início o dia na cozinha de minha avó, que iria funcionar, sem pausas, até a hora do jantar. (O Nao me deixes)
Cora Coralina, doceira de profissão, misturou
poesia e doce. Sua poesia tem traços da simplicidade do interior e
as práticas cotidianas das mulheres nos seus afazeres domésticos.
"Sou mais doceira e cozinheira do
que escritora, sendo a culinária a mais nobre de todas as artes: (..) está
ligada à vida e à saude humana."
"O canto da Inhuma"um dos seus primeiros poemas escrito em 1900 quando tinha 11 anos
Poesia
1965-Poemas dos becos de Goiás e estórias mais
1976 - Meu livro de cordel
1983 - Vintém de cobre - Meias confissões de Aninha
1986 - Tesouro da casa velha
2001 - Villa Boa de Goiás
Conto
Estórias da casa velha (1985)
Infantil
Meninos verdes (1986)
A moeda de ouro que o pato engoliu (1999)
O prato azul-pombinho (2002
Seus restos mortais repousam no cemitério São Miguel (Goiás) ao lado do pai. Quis ver ainda em vida sua pedra tumular inscrita com os versos que ela compôs:
"(...) Deixo o que quero para marcar minha passagem por essa vida" (Cora Coralina)
Fonte: Roteiros Literários
Que sabe você da fala das sementes? Cora Coralina