TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA (1744-1810)
Nasceu em Portugal e morreu em Moçambique. Filho de pai brasileiro veio para o Brasil aos oito anos.
Envolvido com a Inconfidência Mineira, foi preso em 1789 e enviado à Moçambique, na África, onde passou boa parte de sua vida. Foi na prisão que escreveu parte da obra.
É considerado um dos grandes nomes do Arcadismo.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
Exaltação ao bucolismo (vida pastoril);
Exaltação da natureza;
Tranquilidade no relacionamento amoroso;
Universalidade (comum à maioria dos homens);
Utilização de períodos curtos;
Utilização de verso sem rima (verso branco);
Presença de entidades mitológicas.
IMPORTÂNCIA DO LIVRO MARÍLIA DE DIRCEU
Escrito no século XVIII, a obra pertence ao Arcadismo, mas já apresenta características do Romantismo.
O Arcadismo (símbolo de vida ideal) coincide no Brasil com a crise da lavoura açucareira e a descoberta das primeiras minas de ouro e pedras preciosas, deslocando o eixo econômico do país da região Nordeste para a região de Minas Gerais.
Idéias de libertação do Brasil de Portugal culminaram na Inconfidência Mineira da qual participaram muitos escritores árcades.
RESUMO DA OBRA
Primeira Parte:
Pastor Dirceu, responsável pela voz do poema, descreve todo o seu sentimento pela jovem Marília.
Escrita antes da prisão do autor, nota-se uma preocupação intensa em louvar a beleza da amada.
Outro objetivo do eu lírico nesse trecho parece ser o de se colocar à altura dela, fato que fica claro pela afirmação de uma posição social nas primeiras liras.
Além disso Dirceu apresenta seus planos em relação ao futuro com Marília.
O eu lírico deseja uma vida bucólica (pastoril) e serena, com filhos, em um ambiente campestre fortemente marcado pela presença da natureza.
Segunda Parte:
Elaborada na prisão, local para o qual o autor e o eu-lírico se deslocam o tom é de tristeza, lamento e devaneios misturados a lembranças do passado.
Terceira e última parte:
Predomina o tom solitário e pessimista . Dirceu repete sua tristeza e saudade de Marília, sem o otimismo e o louvor à natureza presente no trecho inicial.
TRECHOS DA OBRA
"Tu não verás, Marília, cem cativos
tirarem o cascalho, e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
no fundo da bateia.
[...]
Verás em cima da espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos
Tú me farás gostosa companhia,
lendo os fatos da sábia mestra história,
e os cantos da poesia.
Lerás em alta voz a imagem bela,
Eu vendo que lhe dás o justo apreço,
Gostoso tornarei a ler de novo
o cansado processo.
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
Que tens quem leve à mais remota idade
A tua formosura".
terça-feira, 9 de agosto de 2016
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
A CIDADE E AS SERRAS
Considerado um dos mais importantes livros do escritor português Eça de Queiroz.
Último
livro de Eça de Queirós, foi publicado
em 1901, um ano após a morte do autor.
A narrativa de A
cidade e as Serras se passa no século XIX quando a cidade de Paris era considerada o centro do mundo. Nos
meios intelectuais da época havia um grande entusiasmo pelas teorias
positivistas de Augusto Comte, criador do sistema que ordena as ciências
experimentais consideradas modelo do conhecimento em vez das especulações
teológicas e metafísicas(realidade que transcende a experiência sensível).
Campo versus cidade é o centro do romance.
O gênero bucólico , cultivado por autores desde a
Antiguidade, trata da oposição entre a vida tranquila e sábia do campo e a vida
urbana, cheia de agitação.
O autor mostra a futilidade reinante em Paris e satiriza as
idéias positivistas que deslumbravam os jovens intelectuais da época.
Jacinto – entusiasta da vida urbana, das inovações
tecnológicas e da ciência.
José Fernandes – narrador personagem, amigo de Jacinto desde
os tempos de estudante, conta a história do amigo Jacinto.
Grilo – o mais antigo criado de Jacinto.
Joaninha – prima de José Fernandes, camponesa de Portugal.
Dom Galião, grande proprietário português, escorrega e é
socorrido pelo infante Dom Miguel. Em 1831, Dom Pedro retorna do Brasil para
assumir o trono português e destrona seu irmão Dom Miguel. Indignado Dom Galião
muda-se para Paris com a mulher levando Grilo, futuro criado de Jacinto. Dom
Galião teve um filho, Cintinho, que morreu antes do filho Jacinto nascer. Uma
série de episódios ilustra a ridícula pretensão de superioridade dos
parisienses. Então ocorre uma reviravolta... e Jacinto volta à terra natal de
seus ancestrais.
Referência:
Guia do estudante/Literatura vestibular( 2009)
quinta-feira, 24 de março de 2016
Literatura de autoria Feminina Brasileira
MEADOS
DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX
FASE
IMITATIVA
Reflete a realidade social e os papéis estabelecidos
às mulheres através de uma imitação e da internalização dos valores e padrões
vigentes pelo poder inscrito na concepção machista da sociedade da época.
As obras
representam:
1) mulheres submissas ao poder patriarcal de pais e
maridos;
2) mulheres que encontram sua realização no
casamento e na maternidade.
Ex.: Úrsula (1859) de Maria Firmina;
Dedicação de uma amiga (1850) de Nísia
Floresta;
A falência (1902) e A Intrusa (1908) – de Júlia Lopes de Almeida;
A Sucessora (1934) – de Carolina
Nabuco.
FASE
FEMINISTA OU REBELDE
Protesto contra os valores e padrões vigentes na
sociedade e por uma luta pelos direitos das minorias.
Clarice Lispector; Lygia Fagundes Telles; Lya Lufty;
Marina Colasanti; Nélida Piñon; Rachel de Queiroz; Ana Maria Machado; Adélia
Prado.
AUTODESCOBERTA
(a PARTIR DE 1990)
Busca de uma identidade própria, de uma escrita e de
uma representação mais autêntica e livre.
Adélia Prado;
Nélida Piñon;
Lya Luft;
Patricia Melo;
Alice Ruiz.
ROMANTISMO
Maria
Firmina dos Reis
(São Luís, 1825- Guimarães, 1917)
Primeira romancista brasileira. Escreveu o primeiro romance abolicionista brasileiro.
Era pobre, mulata, solteira e primeira professora primária concursada no
Maranhão.
Escreveu o primeiro diário de mulher que se tem
notícia.
AUTOBIOGRAFIA
E MEMÓRIAS
Júlia Lopes Almeida (Rio de Janeiro, 1862-1934).
Escreveu obras em diversos gêneros: do teatro ao
romance.
Correio
da roça (1913) – romance epistolar.
SENTIMENTALISMO
MÍSTICO
Cecília Meireles;
Henriqueta Lisboa – modernista e lírica;
Adélia Prado – misticismo católico.
EROTISMO
Gilca Machado (Rio de Janeiro, 1893-1980)
Sofreu preconceito da crítica por ter expressado na
sua poesia a linguagem do sentimento e do corpo.
Cristais
partidos (1917) – tema subjetivo e erótico.
Permaneceu ligada ao parnasianismo.
Carmem Dolores (Rio de Janeiro, 1852-1910)
Gradações
(contos) – 1987;
Maria Benedita Bormann (Porto Alegre)
Escreveu Celeste
(1893) sob o pseudônimo de Délia.
INDIANISMO
Maria Firmina dos Reis – escreveu o conto
abolicionista “O Escravo” no Seminário
Maranhense, 1870);
ENGAJAMENTO POLÍTICO
Maria Firmina dos Reis
Cantos
(1872) – poemas patrióticos sobre soldados retornados da Guerra do Paraguai.
Patricia Galvão (Pagu) – Parque Industrial (1933), de feitio comunista.
Rachel de Queiroz
- relata os problemas e situação de pobreza dos emigrantes da seca do
povo interiorano para a capital.
O
Quinze;
REVOLUÇÃO
DA LINGUAGEM POÉTICA
Clarice Lispector; Nélida Piñon; Lygia Fagundes
Telles; Ana Cristina Cesar (Rio de Janeiro, 1952-1983).
CONTEMPORÂNEAS
Buscam encontrar na tragédia individual urbana, uma
leitura do imaginário feminino – suas crises existenciais, sua insegurança
social, psicológica e financeira, seus traços de diferença com relação ao
patriarcalismo e a ordem estabelecida.
Lygia Fagundes Telles; Heloísa maranhão; Nélida
Piñon, lya Luft, etc.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
[...]
Mulher é desdobrável. Eu sou.”
Adélia Prado
“E ela não passava de uma mulher... inconstante e
borboleta”
Clarice Lispector
“Toda mulher leva um sorriso no rosto e mil segredos
no coração”
Clarice Lispector
Aqueles que acreditam
Caminham para a frente
[...]
Aqueles que duvidam
Põem pedras e tropeços.
Cora Coralina (Vintém de Cobre)
Faz de tua vida mesquinha
Um poema
E viverás[...]
Na memória das gerações que hão
De vir
Cora Coralina
Assinar:
Postagens (Atom)