LITERATURA MARGINAL
PERIFÉRICA
Movimento literário
nas periferias do país.
Ressurgimento do discurso identificado com a periferia
social, política e econômica.
Filmes tematizam o marginal: cidade de Deus, Madame Satã, O
Invasor.
Música feita por e para
excluídos (rap, fenômeno racionais MC’s)
Produção literária de detentos, pedreiros, , dona de casa: Diário de um detento; Carandiru;
Globo: Série Cidade
dos Homens.
Características
Experiência vivida transposta nas narrativas. Registro vocabular.
Gírias e neologismos (cuja origem está na fala).
(marcas escritas da experiência).
Referência ao dialeto periférico.
2) Entre as
finalidades
Mostrar um caminho.
Servir de exemplo e sugestão para os “manos” e “minas”
(posição solidária aos interesses do povo).
A literatura
O valor estético atribuído à literatura pela cultura letrada
não serve para esse caso.
Experiência de vida.
Memória ressentida( mágoa, sentir outra vez) nos dois sentidos da produção da produção.
Fator que mais sustenta os poemas: contos, romances e letras
de música.
Lembranças individuais, coletivas, do trabalho, nostalgias
da prisão e da liberdade, memórias do bairro, da infância, da violência.
A rememoração ressentida sustenta a reindicação e serve como
prova dos fatos.
É uma referência histórica que não pode ser apagada.
Seus heróis: mortos em chacinas, nos levantes populares, nas
enchentes.
O que querem dizer é simples: a histórica sacanagem não foi
esquecida, vem à tona com força, mostrando que talvez não sejamos tão desmemoriados
assim. Ninguém esquece um tapa na cara, seja ele dado por outra pessoa ou pela
sociedade.
Ousadia do pobre – criar, pensar, sonhar. Problemática sob o
prisma da crítica estabelecida.
Por outro lado
A exaltação dessa produção revela o peso na consciência da
classe média.
Periférica, urbana, traz em si elementos que referem-se à
cidade e à sociedade como um todo transcendendo à localidade à qual se inserem.
Pois
Ao representarem à periferia, favela ou presídio a partir do
que lhes oprimem ou querem tornar visível acabam dialogando ou atacando os
elementos externos a eles.
O que pensam, como pensam, o que representam um modo de ser
e sentir do sujeito periférico atual.
As narrativas expressam os caminhos encontrados ou
rebuscados para o enfrentamento da miséria social e do descaso público.
Fonte:
(Rev Caros Amigos Ano
VIII N. 91 outubro 2004)
A poesia era tratada como uma dama pelos intelectuais, hoje
vive se esfregando pelos cantos dos subúrbios.
Sérgio Vaz (poeta e
fundador da Cooperifa)
O poema que desfilava pela academia, de terno e gravata,
proferindo palavras de alto calão para platéias desanimadas, hoje, anda sem
camisa, feito moleque pelos terreiros.
Dizem por aí que alguns sábios não estão gostando nada de
ver a palavra bonita beijando gente feia.
Não é o Alice no país da marvilha, mas também não é o
inferno de Dante. É só o milagre da poesia. (Sergio Vaz)
Uma literatura[...] cuja escrita é usada como arma que veio
para atacar.
BENEVUTO, Silvana José.
Literatura
Marginal e sua representação na sociedade.
Construir a história
do negro, do pobre e do marginal
Incita nos sujeitos
periféricos a auto-valorização de sua própria cultura
É a voz do narrador
social[...] que ressoa a realidade histórica e social [...] trazendo consigo o
pensamento social predominante naquele contexto e situação social que lhe são
específicos.
Literatura e
sociedade são indissociáveis, uma vez que toda arte traz consigo elementos que
são de seu tempo histórico e social.
Apreende o pensamento
de sociedade que possuem nossos narradores sociais
A possibilidade de
absorver o pensamento social destes narradores poderá contribuir para a
compreensão da perspectiva social e política do sujeito periférico de hoje.
A obra de arte [...]
traz a realidade social na qual se
insere (Walter Benjamim)
A realidade histórica
aprece refletida na forma e no conteúdo dos textos (cic)
O termo marginal é
representado por um grupo que quer se diferenciar pela luta por cultura na
periferia [...] que demonstra um intuito social de reclamar pela situação de descaso político e pela
marginalização sócio-cultural a que são submetidos e se fazerem visíveis.
(Ferrez)
Estamos [...] na
favela, no bar, mas antes somos
literatura, e isso vocês podem negar, podem fechar os olhos, virar as costas
, mas, como já disse, continuaremos
aqui, assim como o muro social invisível que divide esse pais .
Fontes:
FERREZ (Org.). Literatura
Marginal: talentos da escrita periférica. Rio de Janeiro: Agir, 2005
Sergio Vaz (organizador
do sarau da Cooperifa)