segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Literatura Marginal


LITERATURA MARGINAL PERIFÉRICA


Movimento literário nas periferias do país.

Ressurgimento do discurso identificado com a periferia social, política e econômica.

Filmes tematizam o marginal: cidade de Deus, Madame Satã, O Invasor.

Música feita por e para  excluídos (rap, fenômeno racionais MC’s)

 Produção literária de detentos, pedreiros, , dona de casa: Diário de um detento; Carandiru; 

 Globo:  Série Cidade dos Homens.

 Características

Experiência vivida transposta nas narrativas. Registro vocabular.

Gírias e neologismos (cuja origem está na fala).

(marcas escritas da experiência).

Referência ao dialeto periférico.

2) Entre as finalidades

Mostrar um caminho.

Servir de exemplo e sugestão para os “manos” e “minas”

(posição solidária aos interesses do povo).


A literatura

O valor estético atribuído à literatura pela cultura letrada não serve para esse caso.

 Experiência de vida.

Memória ressentida( mágoa, sentir outra vez)  nos dois sentidos da produção da produção.

 Fator que mais sustenta os poemas: contos, romances e letras de música.

Lembranças individuais, coletivas, do trabalho, nostalgias da prisão e da liberdade, memórias do bairro, da infância, da violência.

 A rememoração ressentida sustenta a reindicação e serve como prova dos fatos.

 É uma referência histórica que não pode ser apagada.

 Seus heróis: mortos em chacinas, nos levantes populares, nas enchentes.

 O que querem dizer é simples: a histórica sacanagem não foi esquecida, vem à tona com força, mostrando que talvez não sejamos tão desmemoriados assim. Ninguém esquece um tapa na cara, seja ele dado por outra pessoa ou pela sociedade.

Ousadia do pobre – criar, pensar, sonhar.  Problemática sob o prisma da crítica estabelecida.

 Por outro lado

A exaltação dessa produção revela o peso na consciência da classe média.

 Periférica, urbana, traz em si elementos que referem-se à cidade e à sociedade como um todo transcendendo à localidade à qual se inserem.

Pois
Ao representarem à periferia, favela ou presídio a partir do que lhes oprimem ou querem tornar visível acabam dialogando ou atacando os elementos externos a eles.

 O que pensam, como pensam, o que representam um modo de ser e sentir do sujeito periférico atual.

 As narrativas expressam os caminhos encontrados ou rebuscados para o enfrentamento da miséria social e do descaso público.

Fonte:
(Rev Caros Amigos  Ano VIII N. 91 outubro 2004)

A poesia era tratada como uma dama pelos intelectuais, hoje vive se esfregando pelos cantos dos subúrbios.
          Sérgio Vaz (poeta e fundador da Cooperifa)

 O poema que desfilava pela academia, de terno e gravata, proferindo palavras de alto calão para platéias desanimadas, hoje, anda sem camisa, feito moleque pelos terreiros.

 Dizem por aí que alguns sábios não estão gostando nada de ver a palavra bonita beijando gente feia.

 Não é o Alice no país da marvilha, mas também não é o inferno de Dante. É só o milagre da poesia. (Sergio Vaz)

 Uma literatura[...] cuja escrita é usada como arma que veio para atacar.
BENEVUTO, Silvana José.
Literatura Marginal e sua representação na sociedade.

 Construir a história do negro, do pobre e do marginal

 Incita nos sujeitos periféricos a auto-valorização de sua própria cultura

 É a voz do narrador social[...] que ressoa a realidade histórica e social [...] trazendo consigo o pensamento social predominante naquele contexto e situação social que lhe são específicos.

 Literatura e sociedade são indissociáveis, uma vez que toda arte traz consigo elementos que são de seu tempo histórico e social.

 Apreende o pensamento de sociedade que possuem nossos narradores sociais

 A possibilidade de absorver o pensamento social destes narradores poderá contribuir para a compreensão da perspectiva social e política do sujeito periférico de hoje.

 A obra de arte [...] traz  a realidade social na qual se insere (Walter Benjamim)

 A realidade histórica aprece refletida na forma e no conteúdo dos textos (cic)

O termo marginal é representado por um grupo que quer se diferenciar pela luta por cultura na periferia [...] que demonstra um intuito social de reclamar  pela situação de descaso político e pela marginalização sócio-cultural a que são submetidos e se fazerem visíveis. (Ferrez)

 Estamos [...] na favela, no bar, mas antes  somos literatura, e isso vocês podem negar, podem fechar os olhos, virar as costas ,  mas, como já disse, continuaremos aqui, assim como o muro social invisível que divide esse pais .

 Fontes:
FERREZ (Org.). Literatura Marginal: talentos da escrita periférica. Rio de Janeiro: Agir, 2005

 Sergio Vaz (organizador  do sarau da Cooperifa)


Mario Quintana


Mário de Miranda Quintana
(Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994)
 Foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.
Considerado o poeta das coisas simples.
Estilo marcado pela  ironia,   profundidadeperfeição técnica;
Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em busca do tempo perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway  de Virginia Woolf e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
Em 1980  recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.
Em 1983, atendendo a pedidos dos fãs gaúchos do poeta, o governo estadual do Rio Grande do Sul adquiriu o prédio do Hotel Majestic  e o transformou em centro cultural, batizado  como Casa de Cultura Mario Quintana.
 

Obra poética
A Rua dos Cataventos. Globo, 1940.
Canções - Porto Alegre, Editora do Globo, 1946.
Sapato Florido.  Porto Alegre, Editora do Globo, 1948.
O Aprendiz de Feiticeiro - Porto Alegre, Editora Fronteira, 1950.
Espelho Mágico - Porto Alegre, Editora do Globo, 1951
Inéditos e Esparsos - Alegrete, Cadernos do Extremo Sul, 1953.
Poesias - Porto Alegre, Editora do Globo, 1962.
Caderno H -  Porto Alegre, Editora do Globo, 1973.
Apontamentos de História Sobrenatural - Porto Alegre, Editora do Globo / Instituto Estadual do Livro, 1976.
Quintanares- Porto Alegre, Editora do Globo, 1976.
A Vaca e o Hipogrifo - Porto Alegre, Garatuja, 1977 - Porto Alegre, L&PM, 1980.
Baú de Espantos - Porto Alegre - Editora do Globo, 1986
Preparativos de Viagem - Rio de Janeiro - Editora Globo, 1987.
Da Preguiça como Método de Trabalho - Rio de Janeiro, Editora Globo, 1987.
Porta Giratória - São Paulo, Editora Globo, 1988.
A Cor do Invisível - São Paulo, Editora Globo, 1989.
Velório Sem Defunto - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1990.
Água - Porto Alegre, Artes e Ofícios, 2011
Passarinho - São Paulo, Para gostar de ler 41 , Editora Ática, 2006.
Livros infantis
O Batalhão das Letras - Porto Alegre, Editora do Globo, 1948.
Pé de Pilão - Petrópolis, Editora Vozes, 1968
Lili inventa o Mundo - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1983.
Nariz de vidro - São Paulo, Editora Moderna, 1984.
 
 Fonte: wikipedia
 Todos eles que aí estao
 atravancando o meu caminho,
 Eles passarao...
 Eu passarinho!
                           Mário Quintana
 
A amizade é um amor que nunca morre.
                                                    Mário Quintana
 
Ás vezes a gente pensa que está dizendo bobagens e está fazendo poesia.
                                                                        Mário Quintana