domingo, 19 de abril de 2015

O INDÍGENA NA LITERATURA


Visão do colonizador
Basílio da Gama– O indígena como homem natural.
Santa Rita Durão – indígenas eram comedores de carne humana e só o cristianismo os salvaria.

Basílio da Gama
O poema épico “Uruguai” trata da expedição mista de portugueses e espanhóis contra as missões jesuíticas do Rio  Grande, para executar as cláusulas do tratado de Madri, em 1756. tinha também o intuito de descrever o conflito entre o ordenamento racional da europa e o primitivismo do índigena. Basílio mostra simpatia pelo índígena vencido enquanto transfere o ataque aos jesuítas. Desenvolve o poema em dois planos complementares: o dos versos e o das notas, que nele são parte integrante e explicativa da composição. As notas em prosa, paralelas aos versos, chamam a si a tarefa proposta de combater os jesuítas e exaltar pombal (o homem mais importante da época). 
(Fonte: ABL)



Frei José de Santa Rita Durão (Cata Preta, 1722 — Lisboa, 1784)
Religioso do período colonial é também considerado um dos precursores do indianismo no Brasil. Seu poema épico “Caramuru é a primeira obra narrativa escrita a ter, como tema, o habitante nativo do Brasil; foi escrita ao estilo de Luís de Camões, imitando um poeta clássico assim como faziam os outros neoclássicos (árcades).
Poema épico de dez cantos, “Caramuru”, influenciado pelo modelo camoniano é formado por oitavas rimadas e incluindo informação erudita sobre a flora e a fauna brasileiras e os indígenas do país, apresentando as cinco partes da epopéia tradicional (proposição,invocação,dedicatória,narração e epílogo).
 Este poema é um tributo do autor à sua terra natal. 
Segundo a tradição, a reação da crítica e do público ao seu poema foi tão fria que Santa Rita Durão destruiu o restante de sua obra poética.

 



INDIANISMO (O indígena  como herói)

Indígena como tema - criação do herói na figura do índígena. Idealizado e dotado de coragem, honra etc.

Gonçalves Dias
Visão do europeu em relação  ao índígena. Reflexos das tragédias clássicas dos romances de cavalarias medievais. Reprodução dos valores europeus.
No poema “Juca Pirama”  o  índígena é  idealizado com sentido de bravura e louvor à honra. Reflete pensamentos do mundo ocidental, à de um cavalheiro medieval.
 “I- Juca Pirama” – Relata a morte do último remanescente da tribo tupi devorado por indígenas da tribo dos timbiras.
Publicado em 1851 no livro Últimos Cantos, é considerado a obra-prima do autor pela excelência tanto da forma quanto do conteúdo.

“Os Timbiras” - poema épico publicado em 1857 em Leipzig, na Alemanha. É uma narração dividida em uma introdução e quatro cantos. Nele é narrado os feitos de guerreiros timbiras, principalmente do chefe Itajuba e do jovem guerreiro Jatir. Altamente idealizados, estes indígenas falam apenas em valor, coragem, guerra e honra, num mundo ocupado por inimigos vis, piagas (pajés) sábios e guerreiros valorosos.
                                   


José de Alencar
O indígena entra em contato com o colonizador. Na prosa de Alencar não se fala da violência do colonizador, mas os conflitos. Da junção do nativo e do europeu (colonizador)  surge o brasileiro.
Obras indianistas de Alencar: O Guarani;  IracemaUbirajara.

A personagem Iracema do romance  Iracema deixa sua cultura para viver com um português.

No romance  O Guarani – o  indígena tem qualidades do mundo civilizado.  Um ser da tribo torna-se cristão para viver ao lado da amada Ceci.


MODERNISMO
Identidade nacional;
Visão do indígena prevalece;
A cultura brasileira sem influencias do colonizador;

Expoente: Mário de Andrade
Obra: Macunaima. Costumes dos povos indígenas com crenças populares. O personagem sofre degradação cultural quando sai da floresta para São Paulo.




Século XXI
A referência ainda é do invasor (colonizador)
O escritor indígena ainda não é reconhecido

Literatura contemporânea de autoria indígena;

Literatura Indígena – escrita por indígena;

Literatura de combate;

Relação entre oralidade e escrita.

Memória e autohistória – configura um dos aspectos do pensamento indígena da atualidade;

Escritores indígenas transmitem vivências e historias contadas pelos mais velhos.


    
ESCRITORES INDÍGENAS
CONTEMPORÂNEOS

Creomar Tahuare – personalidade atuante no NEARIN (Núcleo do Escritor Artista indígena);

Darlene Taukane (1999) fala de experiência do deslocado da aldeia para completar os estudos na cidade. Transforma em livro a história do seu próprio povo. Os kutâ-Bakairi (MT)

Ailton Krenac – nascido no amazonas. Um  dos iniciadores do movimento indígena brasileiro.

Carlos Tiago Hakity


Daniel Munduruku (Belém) – principal representante  da literatura indígena brasileira. Escritor premiado nacional e internacional. Vive em Lorena SP;

Eliane Potiguar ( paraibana) - Uma das mais atuantes mulheres indígenas. Livro: Metade cara, metade máscara;

Ely Macuxi - Orador indígena;

Cristina Wapixana - Coordenador do NEARIM – NUCLEO DO ESCRITOR ARTISTA INDIGENA ;

Rony Wasiry Guará  - escritor e artesão professor em Boa Vista;

Uziel Guainê ;

Elias Yagua Kág – autor do livro As aventuras do menino Kauwã – história dos marupiaras.

Lia MinapotyCom a noite vem o sono( Edit Leya);

Yaguarê Yamã - Um dos principais escritores indígenas da  atualidade. Autor de 15 livros.

Olivio Jekupé – autor de diversos livros;

Graça Graúna – na luta  pelo núcleo de escritores indígenas;

Fonte:
wikipedia
MAIA, Geraldo. O percurso da modernidade na literatura brasileira.
SEIXAS, Tiago. A figura do índio na literatura. (Fa7.edu.br)
GRAÚNA, Graça. Literatura indígena: desconstruindo estereótipo, repensando preconceitos (UFP) (dhnet.org.br/direitos descendentes)