TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
A obra Triste
fim de Policarpo Quaresma, surgida logo após a segunda guerra, critica as
elites brasileiras da época.
Foi
publicado no ano 1911 através de folhetins no Jornal do Comércio.
Só após cinco anos é que foi publicado em forma de livro, custeado pelo
próprio autor. Assim que publicado, foi aclamado pela crítica.
Período
histórico
As histórias de Policarpo se passam durante os primeiros anos da República; precisamente durante o governo de Floriano Peixoto (1891 – 1894). Porém, a obra foi escrita e publicada por Lima Barreto em 1911, vinte anos após esse contexto. Os fatos histórico-sociais são bastante discutidos pelo autor durante o enredo, já que o personagem principal é um engajado e revolucionário.
RESUMO DA OBRA
Triste Fim de
Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, narra a trajetória de Policarpo
Quaresma, um patriota ímpar, que causa estranheza nas pessoas pelos seus ideais
e coragem.
O LIVRO É DIVIDIDO EM TRÊS PARTES
A
PRIMEIRA começa descrevendo a rotina do Major Policarpo Quaresma, que não era major realmente; era um apelido.
Policarpo
era um homem respeitado pela vizinhança, mas ao mesmo tempo o estranhavam, por
causa de seu amor pelos livros e pelo patriotismo exaltado.
Além
de aprender violão, também se dedicava aos estudos do tupi-guarani.
Policarpo
buscava coisas verdadeiramente brasileiras, desde comida, até a vestimenta. O
auge de seu amor pela pátria foi quando fez um ofício para o ministro, escrito
em tupi, defendendo que a língua oficial deveria ser então essa. Como
consequência, foi internado por seis meses em um hospício.
Na
SEGUNDA PARTE DO LIVRO, seguindo o conselho de sua afilhada Olga, Policarpo
compra um sítio e se muda para lá com sua irmã. Chama o sítio de “O Sossego”.
Retirado da cidade, surge uma nova paixão em Policarpo: a de estudar botânica e
aproveitar ao máximo a terra brasileira, que segundo ele, era a melhor. Até que
um dia o Tenente Antonino Dutra, escrivão, foi até a casa de Policarpo lhe
pedir ajuda para a festa da Conceição. O major, contrário à política e das suas
trocas de favores, nega ajuda. A partir de então os políticos da área começam a
fazer de tudo para prejudicar o sítio; começam a cobrar taxas e impostos que
não eram cobrados anteriormente,
Na
TERCEIRA PARTE, Policarpo volta para a cidade assim que sabe que está ocorrendo
uma revolta. O major faz um memorial acerca de suas experiências com a
agricultura e entrega ao Marechal Floriano. Sem dar muita importância, Floriano
convida Policarpo para ingressar na revolta. Policarpo aceita e é listado como
Major.
Com
a revolta, o cotidiano do Rio muda e a guerra acaba fazendo parte do cotidiano
dos brasileiros. Ricardo, amigo de Policarpo, por ser considerado um patriota
rebelde, é convocado para fazer parte como voluntário recalcitrante.
Preocupado, Ricardo pede ajuda ao Major, que não pode fazer nada.
No
decorrer da guerra, Policarpo dá ordens, vai para troca de tiros e mata um
homem. Muito arrependido e não acreditando ter feito isso, escreve a sua irmã
num sentimento de perdão e culpa.
A
revolta tem seu fim e Policarpo é levado para uma prisão, sem um motivo que
justifique. Quaresma se questiona por que sendo ele tão patriota e tão
apaixonado pelo país, teria aquele fim.
http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/triste-fim-de-policarpo-quaresma.html
CARACTERÍSTICAS DA OBRA
TRISTE FIM DE POLICARPO
Símbolo da rebeldia.
Linguagem coloquial.
Denunciava o sofrimento dos mais
pobres.
Optava pela cultura dos indígenas,
pelo violão, em detrimento da norma culta.
O livro espelha o conservadorismo
social de então e a trajetória de um sonhador que tenta reformá-lo.
As situações que Lima Barreto tentava consertar com a sua ironia e seu protesto literário ainda estão presentes no Brasil
CURIOSIDADES SOBRE O LIVRO
Entre
os meses de agosto e outubro de 1911, as páginas da seção de folhetins do Jornal
do Commercio foram povoadas pelas desventuras do major
Policarpo Quaresma, um patriota idealista nascido da pena do escritor Lima
Barreto. Em 1915, Triste fim de Policarpo Quaresma foi
publicado em livro.
O
romance foi consagrado pela crítica como
um dos textos literários brasileiros mais representativos do início do século
XX.
As
peripécias de Policarpo Quaresma - dono de uma biblioteca repleta de volumes
sobre o Brasil, defensor da pátria e dos valores genuinamente nacionais – foram
comparadas às aventuras empreendidas por dom Quixote, o célebre cavaleiro
andante criado pelo espanhol Miguel de Cervantes no livro Dom Quixote.
O
autor expôs em seus textos os contrastes da sociedade brasileira de seu tempo e
produziu uma obra que, ainda hoje, é capaz de iluminar as reflexões acerca da
cultura nacional e da realidade do país.
RETRATOS DAS MULHERES NA OBRA
Caracterizam
a condição social da mulher no Brasil de fins do século XIX.
Suas
preocupações e educação giram em torno da vida familiar e doméstica. A
preparação para o casamento e a importância atribuída a ele são elementos
característicos das imposições sociais que direcionavam a existência feminina a
um único futuro possível com a
finalidade única de cumprir um dever e assumir um papel social.
Após as lutas empreendidas pelos movimentos
feministas ao longo do século XX, as mulheres brasileiras passaram a ocupar
lugares de destaque na sociedade, em funções e situações anteriormente
restritas aos homens.