Cronista, escritor, compositor e radialista.
Compôs "Samba do crioulo doido"
http://pt.wikipedia.org/wiki/Samba_do_Crioulo_Doido.
Morreu de infarto aos 45 anos.
Fazia piadas contra a ditadura.
Em 1951 começou a escrever crônicas sobre cinema no Diário carioca sob o pseudônimo de
Stanislaw Ponte Preta.
Observador da realidade carioca e dotado de um raro senso de humor, ironia e senso crítico, representou o drama e a comédia do cotidiano do Rio de Janeiro.
Detectava e satirtizava com precisão as deformações na vida urbana como o vício do consumismo.
Além de cronista foi também novelista. Seis de suas novelas estão reunidas no volume As Cariocas.
1958 - O homem ao lado (reeditada depois com o título A Casa demolida).
Como Stanislaw Ponte Preta escreveu:
Tia Zulmira e eu (1961);
Primo Altamirando e Elas (1962);
Rosamundo e os outros (1963);
Garoto de linha dura (1964);
*FEBEAPÁ1 (Primeiro festival de besteira que assola o país (1966);
FEBEAPÀ2 (Segundo festival de Besteira que assola o país (1967);
FEBEAPÁ3 (1968);
Na terra do criolo doido (1968);
A máquina de fazer doido (1968);
Gol de padre.
*
FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País tinha como característica simular as notas
jornalísticas, parecendo noticiário sério. Era uma forma de criticar a repressão
militar já presente nos primeiros Atos Institucionais que tinham a sugestiva
sigla de AI). Um deles noticiou a decisão da ditadura militar de mandar prender
o autor grego Sófocles, que morreu há séculos, por causa do conteúdo
subversivo de uma peça encenada na ocasião.
Como Sérgio Porto:
A Casa demolida (1963)
As Cariocas (1967)
A velha contrabandista (1967)
Prova falsa.
Apaixonado por cinema e jazz escreveu Pequena história do jazz - publicada pelo MEC (Coleção Cadernos de Cultura)
Sugestão de leitura:
A VELHA CONTRABANDISTA
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a velhinha.
- Juro – respondeu o fiscal.
- É lambreta.
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a velhinha.
- Juro – respondeu o fiscal.
- É lambreta.
(Stanislaw Ponte Preta)
Filme As Cariocas
Fonte:
PONTE PRETA, Stanislaw. O Melhor de Stanislaw Ponte Preta. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.
www.releituras.com
http://www.simplesmenteportugues.com.br.
Wikipédia